Nos últimos dias, os noticiários da emissora Rede Record foram tomados por um sensacionalismo barato sobre suplementação e anabolizantes, como jornalista em formação repudio este tipo de atitude e acredito na imparcialidade no jornalismo acima de tudo, o que não aconteceu nas matérias exibidas pelo Jornal da Record e Domingo Espetacular.
A discussão começou a partir de matérias exibidas na semana passada e também no último domingo (11), relatando a morte de um garoto pelo uso excessivo do produto Jack3D, que tem venda proibida no Brasil, mas que mesmo assim chegam facilmente às mãos dos interessados.

Primeiramente, os leigos, que por preconceito não se permitem informar sobre o assunto, devem aprender a diferenciar o consumo de suplementação e até mesmo de anabolizantes por profissionais responsáveis e o uso exagerado e sem controle feito por meninos que buscam por um corpo perfeito de forma rápida e o mais perigoso, sem auxílio de um profissional responsável. É sempre importante lembrar que para um atleta, como um fisiculturista – que depende diretamente de seu corpo e de tais produtos – o consumo é um tiro no escuro, já que em algumas competições são submetidos ao exame antidoping e no caso de substância encontrada, o mesmo é desclassificado e punido por um determinado tempo, sem poder participar de competições.
A emissora criou toda uma cena em cima da morte do menino que consumiu em excesso o produto Jack3D, entrevistou supostos ‘atletas’ que afirmaram problemas de saúde após o uso, entrevistou médicos, conseguiu através de câmeras escondidas localizar vendedores clandestinos do produto, mas em nenhum momento deu o direito de resposta as pessoas que usam deste produto e de vários outros no dia-a-dia e nunca apresentaram nada que prejudicasse a saúde.
O que devemos levar em conta não é o produto que é comercializado nos EUA e proibido no Brasil e muito menos o nome JACK3D, mas sim a forma como é feito a abordagem sobre o assunto. A própria imprensa trata de forma preconceituosa o assunto e colocou na cabeça das pessoas milhares de coisas que na verdade não existem e não possibilitou em momento alguém que esses paradigmas fossem quebrados e extintos.
Não me lembro da mídia – jornais, emissoras, rádios e revistas que não sejam focadas ao assunto –dando espaço a um fisiculturista que representa o Brasil no exterior, ou até mesmo aqui no Brasil, que luta diariamente como qualquer outro atleta por um patrocínio, por condições melhores de treinamento. A imprensa não cede para mostrar o fisiculturismo como um esporte que tem reconhecimento e milhares de adeptos e admiradores, mas quando o assunto em questão é: “JOVEM MORRE APÓS USO DE ANABOLIZANTE” são as primeiras a literalmente caírem de pau em cima das academias, atletas, lojas de suplementação e afins.
A realidade está bem distante do que foi exibido e para comprovar isso os entrevistados pela Rede Record Rafael Bracca e a atleta Célia Portella fizeram um vídeo de retratação que está sendo veiculado na internet, falando sobre o que realmente foi proposto a ambos. A princípio a entrevista foi cedida para uma matéria que trataria sobre a chegada do verão e os cuidados com o corpo e alimentação, ou seja, a emissora agiu de forma errônea com os entrevistados, não informando o motivo real da entrevista e neste caso o que a população pensaria?
Acredito que cada um deve defender seu ponto de interesse, e a mídia como formadora de opinião que entra na casa de milhões de brasileiros diariamente deve mostrar a realidade dos fatos para as pessoas e não apresentar apenas um lado da história, tudo tem dois lados, mas este não foi apresentado, então por isso, as pessoas acreditam em tudo que a TV fala, ou seja, mostrou na RECORD é verdade, quem vai querer questionar? A atitude da Record em não informar aos entrevistados o verdadeiro motivo da entrevista foi lamentável e só prova aos telespectadores à falta de profissionalismo e sensacionalismo barato que algumas emissoras precisam para que seus programas possam continuar no ar.
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3 comentários:
Carolina, entendo o que você fala. Sou jornalista e amante da musculação. Estou dos dois lados. E permita-me dar uma forma de combater o mal jornalismo: agir de forma estratégica e constante com a mídia.
A falta de estrutura do fisiculturismo no Brasil se reflete em algo que o prejudica muito: não ter profissionais de comunicação que façam planejamentos estratégicos para melhorar a imagem do esporte e de vários pontos a eles relacionados (suplementos por exemplo).
Nem empresas de suplementos alimentares no Brasil possuem recursos humanos e financeiros suficientes para tal. Pensam que comunicação é detalhe. Bom, pagam um preço bem alto por esse erro administrativo e de marketing!
A partir do dia quem profissionais de comunicação forem colocados no centro de decisões de entidades, empresas e academias que lidam com o fisiculturismo e a musculação, esse dia marcará a mudança para a melhor imagem do esporte.
Má comunicação se combate com boa comunicação!
Muito bom estes dias estavamos discutindo sobre isso!!
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